terça-feira, 13 de abril de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(3) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas

*1940 - 1949*
Psicologicamente Horror
Em se tratando da década de 40, a grande porcentagem do horror era praticamente igual ao da anterior, onde as telas eram dominadas por vampiros, múmias e frankensteins. A estrela da década é Lon Chaney Jr., o qual estrelaria em 1941 o excelente O Lobisomem (The Werewolf), de George Waggner, que traria também Bela Lugosi e Claude Rains no elenco. Fora estes e muitos outros, Chaney -que trazia todo o poder de interpretação de seu pai- estrelaria outros dois grandes filmes para a Universal; O Filho de Drácula (Son of Dracula-1943), de Robert Siodmak e Frankenstein Encontra o Lobisomem (Frankenstein Meets Wolfman-1943), de Roy William Neil, onde encarnava novamente o homem-lobo e, Bela Lugosi, a criatura de Frankenstein. Saindo um pouco da linha de monstros que até então era o investimento maior dos americanos no gênero, é também nos anos 40 que desenvolve-se um horror mais psicológico e subliminar, de onde surgiriam grandes obras: A Mão do Diabo (Le Main du Diable-1941), de Maurice Torneur, o qual considero uma das maiores obras-primas já realizadas, com um final simplesmente perfeito; o excelente Na Solidão da Noite (Dead of the Night-1945), filme com três histórias dirigido por Basil Dearden, Robert Werner, Charles Crichton e Alberto Cavalcanti; o metafórico e impressionante O Retrato de Dorian Gray (Portrait of Dorian Gray-1945), dirigido por Albert Lewin, baseado na obra de Oscar Wilde, a qual considero uma das maiores já idealizadas. E, por último, Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase-1946), sobre um assassino de jovens portadoras de deficiência física -tema até então inédito na época-, de Robert Siodmak e estrelado por Dorothy Maguire, em uma inigualável interpretação de uma muda, contribuindo mais ainda para a grandiosidade do filme. É claro que estes não foram os únicos, mas são por só grandes referências para mim. Na Inglaterra pré-Hammer, Tod Slaughter continuava com todo seu sadismo grand guinolesco em mais duas grandes obras: Crimes na Mansão Sombria (Crimes at the Dark House-1940), dirigido por Geoge King e O Maquiavélico William Hart (The Greed of William Hart-1948), de Osvald Mitchell.
Pronto para jogar-se à segunda metade do século, o horror então mostrava que seriam muitos os caminhos a seguir. Depois do Expressionismo Alemão, o nascimento de MGM e Universal, Tod Slaughter e o Grand Guignol e a inclusão subliminar do horror à mente humana, os anos 50 trariam novos ares: para os americanos, a grande ameaça desta vez viria do espaço sideral e para os ingleses, o grande momento: Hammer Films.
15 Obrigatórios:
O Lobisomem (The Werewolf - 1941) dir. George Waggner
O Filho de Drácula (Son of Dracula - 1943) dir, Robert Siodmak
A Mansão de Frankenstein (House of Frankenstein - 1944) dir. Erle C. Kenton
O Fantasma da Ópera (Phantom of the Opera - 1943) dir. Arthur Lubin
Frankenstein Encontra o Lobisomem (Frankenstein Meets Wolfman - 1943) dir, Roy William Neil
A Praga da Múmia (The Mummy's Curse - 1944)
A Mão do Diabo (La Main du Diable - 1941) dir. Maurice Torneur
Na Solidão da Noite (Dead of the Night - 1945) dir. Basil Dearden, Robert Werner, Charles Crichton e
Alberto Cavalcanti
O Retrato de Dorian Gray (Portrait of Dorian Gray - 1945) dir. Albert Lewin
Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase - 1946) dir. Robert Siodmak
Crimes na Mansão Sombria (Crimes at the Dark House - 1940) dir. George King
O MAquiavélico William Hart (The Greed of William Hart - 1948) dir. Osvald MItchell
A Ilha dos Mortos (Isle of the Dead - 1945) dir. Mark Robson
O Túmulo Vazio (The Body Snatcher - 1945) dir. Robert Wise
A Filha do Lobisomem (The Cry of the Werewolf) dir. Henry Lewin