sábado, 20 de março de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(1) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas


*1900 - 1929*
O Início de Tudo
É certo afirmar que o cinema de horror não iniciou-se originalmente na Alemanha, pois na primeira década do século XX, outros países flertaram com o gênero, como a França, Suécia e os EUA -até mesmo Thomas Edison produziu uma versão de Frankenstein em 1910. Mas são sim os chucrutes que merecem o mérito, pois foram eles que cimentaram o primeiro tijolo na estrada do horror. Em 1913 é produzido O Estudante de Praga (Der Student von Prag), de Stellan Rye, reconhecido como o primeiro registro alemão no gênero. Mas é apenas em 1919, em uma Alemanha amedrontada por um presente pós-guerra que nasce uma das mais incômodas obras do gênero, O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinett des Doktor Caligari), exemplo típico do expressionismo dirigido pelas mãos de Robert Wiene e estrelado pela magnífica dupla Werner Krauss e Conrad Veidt. O famoso cenário bizarro e repleto de sombras e imagens distorcidas ficou à cargo de nomes famosos do expressionismo, como Reinman, Röhrig e Warm.
A porta então estava aberta para que na década seguinte surgissem grandes nomes da história, que formariam, junto com Caligari, o berço do gênero. F.W. Murnal é um dos mais importantes. Responsável pelo magnífico Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Gravens), de 1922, filme que contava com a interpretação do brilhante Max Schreck, em uma personificação vampiresca jamais esquecida. Murnau também assina obras igualmente famosas da época, como A Última Gargalhada (Der Letzte Mann), de 1924 e Fausto (Faust), de 1926, baseado na obra de Goethe. Fritz Lang viria também para dirigir obras do quilate de Metropolis (Metropolis), de 1927 -este envolvendo mais a ficção- e na década seguinte, O Vampiro de Düsseldorf (M), de1931. Além de Wine, Lang e Murnau, outos nomes como Paul Wegener e Paul Leni também ajudaram a engrandecer o gênero. Já na Suécia, teríamos obras como A Carroça Fantasma (Körkalen), dirigido por Victor Sjorstrom em 1921 e A Feitiçaria Através dos Tempos (Haxan), de 1922, levada às telas por Benjamin Christensen.
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, nos EUA, nasciam MGM e Universal Pictures, dois grandes estúdios que cimentariam sua parte na estrada do horror, para que então surgisse uma das maiores lendas que o cinema já conheceu: Lon Chaney, o homem das mil faces. Primeiro ator a se especializar no gênero, Chaney protagonizou uma grande quantidade de fitas de horror nos anos 20 - ao longo de sua carreira foram 140-, como O Vampiro da Meia-Noite (London After Midnight - 1927), O Monstro do Circo (The Unknown - 1927), ambos da MGM, com direção de Tod Browning, e os mais famosos e antecessores O Corcunda de Notre-Dame (The Hunchback of Notre-Dame - 1923), de Wallace Worsley -produção genuína que contava com uma réplica da catedral francesa- e O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera - 1925), dirigido por Rupert Julian, os quais são levados às telas pela Universal. Além dos filmes que contém a presença de Chaney, é nesta década -antes dos já citados, é claro- que é produzido também um dos maiores marcos do horror americano, O Médico e o Monstro (Dr. Jekill and Ms. Hyde-1920), de John S. Robertson e estrelado por John Barrymore, o patriarca da família Barrymore. Nesta altura do campeonato, os EUA já mostravam sua grandiosidade que teriam no cinema de horror, para que então o estúdio da Universal Pictures criasse os tão famosos personagens que conhecemos hoje, os quais fariam parte do imaginário de qualquer um. E relmente, eles o fizeram.
15 Obrigatórios:
O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinet des Dr. Caligari - 1919) dir. Robert Wiene
O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera - 1925) dir. Rupert Julian
O Corcunda de Notre-Dame (The Hunchback of Notre-Dame - 1923) dir. Wallace Worsley
Waxworks (Das Wachfigurenkabinett - 1924) dir. Paul Leni
O Morcego (The Bat - 1926) dir. Roland West
O Médico e o Monstro (Dr. Jekill and Mr. Hyde) dir. John S. Robertson
O Estudante de Praga (Der Student von Prag) dir. Stellan Rye
Metropolis (Metropolis - 1927) dir. Fritz Lang
O Golem (Der Golem - 1920) dir. Paul Wegener
O Monstro do Circo (The Unknown - 1927) dir. Tod Browning
A Última Gargalhada (Der Letzte Mann - 1924) dir. F.W. Murnau
A Feitiçaria Através dos Tempos (Haxan - 1922) dir. Benjamin Christensein
Nosferatu (Nosferatu, ein Symphonie des Grauens - 1922) dir. F.W. Murnau
Fausto (Faust - 1926) dir F.W. Murnau
A Carroça Fantasma (Körkalen - 1921) dir. Victor Sjostrom

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