domingo, 6 de junho de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(4) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas


*1950 - 1959*
Não Estamos Sozinhos

Após duas guerras e o lançamento da bomba atômica, o mundo encontrava-se tão naturalmente aterrorizado que o horror resolveu buscar uma nova roupagem, algo que levasse a imaginação a um mundo de outros temores, onde o ser humano teria uma nova experiência em termos de medo. Para isso - anos antes do homem viajar à lua (?), os americanos mandam o horror para o espaço, literalmente. Fora a inclusão do mesmo à atmosfera sci-fi, a década de 50 é famosa por outros fatores que contribuíram para enriquecer o gênero. Um deles é o surgimento do mestre do cinema B, Ed Wood, o qual tornaria-se tão famoso que teria direito a um filme biográfico dirigido por Tim Burton em 1994, onde seria interpretado por Johnny Depp. A lista de filmes dirigidos por Ed Wood é grande, mas os que acabariam tornando-se os mais famosos seriam Glen ou Glenda (Glen or Glenda), de 1953 e Plano 9 no Espaço Sideral (Plan 9 from Outer Space), de 1959, o qual acabou tornando-se sem dúvida o mais famoso. Atrás das câmeras, Wood era conhecido também por suas excentricidades, como o curioso fato de muitas vezes ele mesmo interpretar mulheres em seus filmes, ou por falta de orçamento ou simplesmente por prazer. É nesta década também que temos o "surgimento" de Vincent Price, pois embora ele há tivera participado de filmes de horror nas décadas de 30 e 40, é aqui que o embrião de uma das maiores lendas começa a tomar forma, onde ele realmente receberia o status de mestre nos anos 60, quando estrelaria uma grande quantidade de obras para o estúdio Hammer e para outro mestre: Roger Corman. O primeiro da década é Museu de Cera (House of Wax) dirigido por André de Toth em 1953. Um outro fator - e para mim um dos mais impressionantes - que teríamos nesta rica década é a grande quantidade de obras que mais tarde seriam refilmadas, homenageadas e até mesmo plagiadas. A lista é grande, mas as principais são: O Monstro do Ártico (The Thing from Another World - 1951), dirigido por Christian Nyby e refilmado em em 1978 por ninguém mais ninguém menos que John Carpenter; Vampiros de Almas (Invasion of the Body Snatchers - 1956), de Don Siegel, da qual posteriormente teríamos outras três versões, uma em 1978, outra de 1993 e a última de 2007; A Bolha Assassina (The Blob - 1958), de Yrvin S. Yeaworth, que traria o futuro galã Steve McQueen no elenco e em 1988 seria refilmada por Cuck Russell; A Mosca da Cabeça Branca (The Fly - 1958), de Kurt Newman, que traria o mestre Price no elenco e em 1986 receberia uma nova - e famosa - roupagem, sob as mãos do gênio David Cronenberg e por, último, A Casa dos Maus Espíritos (The Houde of the Haunted Hill - 1959), outro com Proce no elenco, dirigido por William Castle - o mestre dos truques em salas de cinema - e refilmado em 1999 por William Malone. Seria também extremamente impossível passarmos pelos anos 50 sem citar o fechamento do quinteto de monstros mais famoso da história do cinema, as criaturas da Universal. Das profundezas do horror aquático - o qual considero um dos mais aterrorizantes - surgiria O Monstro da Lagos Negra (Creature from the Black Lagoon - 1954), de Jack Arnold, trazendo o quinto membro deste maravilhoso grupo de criaturas. Além das obras já citadas, a década de 50 trouxe-nos também outras tão importante quanto, como O Homem do Planeta X (The Man from Planet X - 1951), de Edgar G. Ulmer; Casei-me com um monstro (I Married a Monster from Outer Space - 1958), de Gene Fowler Jr.; O Mundo em Perigo (Them! - 1954), de Gordon Douglas; A Noite do Demônio (Night of The Demon - 1957), de Jacques Torneur e o famosíssimo Tarântula (Tarantula - 1955), de Jack Arnold.

Inglaterra, 1957. A ousadia dos britânicos novamente dá suas caras para acrescentar um novo tópico nesta tão maravilhosa história do gênero. Depois da inclusão da violência grand guignolesca de Tod Slaughter, os conterrâneos da rainha agora trariam todo seu sangue e erotismo para a criação de um dos estúdios mais famosos - e maravilhosos - da história do cinema: Hammer Films. Embora a violência e o erotismo tão famosos da produtora surgissem com mais apelo - no bom sentido, é claro - apenas na década seguinte, seus filmes mostravam-se visivelmente mais ousados. O primeiríssimo a surgir é A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein) em 1957, dirigido por Terence Fisher, o qual tornaria-se um dos prediletos - e melhores - da produtora, dirigindo inúmeras obras. Mas a grandiosidade do estúdio não pára por aí, pois junto com ele teríamos o prazer de sermos apresentados a mais dois mestres: Peter Cushing e Christopher Lee, os quais obviamente já haviam estrelado outros filmes anteriormente, mas é realmente aqui que tornariam-se lendas vitais. Ainda nos anos 50, o estúdio traria mais três grandes obras para fechar a década com chave de ouro, os quais seriam A Vingança de Frankenstein (The Revenge of Frankenstein - 1958), o único na década que não traria Christopher Lee no elenco. E depois teríamos a obra-prima em forma de celulóide O Vampiro da Noite (Horror of Dracula - 1958) e O Cão dos Baskervilles (The Hound of the Baskervilles - 1989), todas dirigidas por Terence Fisher. Mas a lista estava apenas começando, pois na década seguinte teríamos uma infinidade de obras da Hammer, trazendo sempre a presença de um sangue belamente vermelho, além é claro das famosas vítimas e vampiras interpretadas por coelhinhas da playboy. Na grande maioria, as obras seriam estreladas por, Cushing, Lee ou Price, os quais formam a trinca de horror mais famosa da história, que poderia ser apaixonadamente nominada como "Os Mestres".

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(3) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas

*1940 - 1949*
Psicologicamente Horror
Em se tratando da década de 40, a grande porcentagem do horror era praticamente igual ao da anterior, onde as telas eram dominadas por vampiros, múmias e frankensteins. A estrela da década é Lon Chaney Jr., o qual estrelaria em 1941 o excelente O Lobisomem (The Werewolf), de George Waggner, que traria também Bela Lugosi e Claude Rains no elenco. Fora estes e muitos outros, Chaney -que trazia todo o poder de interpretação de seu pai- estrelaria outros dois grandes filmes para a Universal; O Filho de Drácula (Son of Dracula-1943), de Robert Siodmak e Frankenstein Encontra o Lobisomem (Frankenstein Meets Wolfman-1943), de Roy William Neil, onde encarnava novamente o homem-lobo e, Bela Lugosi, a criatura de Frankenstein. Saindo um pouco da linha de monstros que até então era o investimento maior dos americanos no gênero, é também nos anos 40 que desenvolve-se um horror mais psicológico e subliminar, de onde surgiriam grandes obras: A Mão do Diabo (Le Main du Diable-1941), de Maurice Torneur, o qual considero uma das maiores obras-primas já realizadas, com um final simplesmente perfeito; o excelente Na Solidão da Noite (Dead of the Night-1945), filme com três histórias dirigido por Basil Dearden, Robert Werner, Charles Crichton e Alberto Cavalcanti; o metafórico e impressionante O Retrato de Dorian Gray (Portrait of Dorian Gray-1945), dirigido por Albert Lewin, baseado na obra de Oscar Wilde, a qual considero uma das maiores já idealizadas. E, por último, Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase-1946), sobre um assassino de jovens portadoras de deficiência física -tema até então inédito na época-, de Robert Siodmak e estrelado por Dorothy Maguire, em uma inigualável interpretação de uma muda, contribuindo mais ainda para a grandiosidade do filme. É claro que estes não foram os únicos, mas são por só grandes referências para mim. Na Inglaterra pré-Hammer, Tod Slaughter continuava com todo seu sadismo grand guinolesco em mais duas grandes obras: Crimes na Mansão Sombria (Crimes at the Dark House-1940), dirigido por Geoge King e O Maquiavélico William Hart (The Greed of William Hart-1948), de Osvald Mitchell.
Pronto para jogar-se à segunda metade do século, o horror então mostrava que seriam muitos os caminhos a seguir. Depois do Expressionismo Alemão, o nascimento de MGM e Universal, Tod Slaughter e o Grand Guignol e a inclusão subliminar do horror à mente humana, os anos 50 trariam novos ares: para os americanos, a grande ameaça desta vez viria do espaço sideral e para os ingleses, o grande momento: Hammer Films.
15 Obrigatórios:
O Lobisomem (The Werewolf - 1941) dir. George Waggner
O Filho de Drácula (Son of Dracula - 1943) dir, Robert Siodmak
A Mansão de Frankenstein (House of Frankenstein - 1944) dir. Erle C. Kenton
O Fantasma da Ópera (Phantom of the Opera - 1943) dir. Arthur Lubin
Frankenstein Encontra o Lobisomem (Frankenstein Meets Wolfman - 1943) dir, Roy William Neil
A Praga da Múmia (The Mummy's Curse - 1944)
A Mão do Diabo (La Main du Diable - 1941) dir. Maurice Torneur
Na Solidão da Noite (Dead of the Night - 1945) dir. Basil Dearden, Robert Werner, Charles Crichton e
Alberto Cavalcanti
O Retrato de Dorian Gray (Portrait of Dorian Gray - 1945) dir. Albert Lewin
Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase - 1946) dir. Robert Siodmak
Crimes na Mansão Sombria (Crimes at the Dark House - 1940) dir. George King
O MAquiavélico William Hart (The Greed of William Hart - 1948) dir. Osvald MItchell
A Ilha dos Mortos (Isle of the Dead - 1945) dir. Mark Robson
O Túmulo Vazio (The Body Snatcher - 1945) dir. Robert Wise
A Filha do Lobisomem (The Cry of the Werewolf) dir. Henry Lewin


domingo, 21 de março de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(2) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas


*1930 - 1939*
Os Monstros se Popularizam
"Está vivo! Está vivo!", grita o barão Frankenstein ao ver seu monstro levantar-se. Sim, eles estavam. Nascia então uma nova safra de grandes lendas do horror, que teriam seus nomes gravados por toda a eternidade. Não só os monstros, mas também as mentes brilhantes que os deram vida. EUA, 1931. As lentes focavam agora a primeira obra sonora da Universal -obra prima, por sinal. Drácula (Dracula), com Bela Lugosi sob direção de Tod Browning viria para impressionar-nos com todo seu clima onírico e subliminar. Mais inspirado na peça de Hamilton Deane do que no romance de Stoker, Drácula nos apresenta pela primeira vez à figura galanteadora do vampiro que conhecemos hoje. Browning já havia dirigido obras importantes na década anterior, mas a peça chave era o húngaro Bela Lugosi, que com sua magnífica interpretação de escola teatral, abriria portas para toda uma legião de mestres. O próximo da vez seria Frankenstein (Frankenstein), também de 1931, baseado na obra de Mary Shelley e dirigido por James Whale. Após Bela Lugosi ter recusado o papel por considerar o personagem desprovido de charme, o monstro seria personificado por aquele que seria também uma nova lenda: Boris Karloff, o qual precisava dormir sentado e com a cabeça apoiada para não estragar a maquiagem, a qual levava aproximadamente doze horas para ser feita. No ano seguinte, Karloff estrelaria também A Múmia (The Mummy - 1932), dirigido por Carl Freund. O filme narra a história de outro famoso personagem, Imhotep, o faraó que volta à vida para reencontrar seu amor. Claude Raines viria também para estrelar o magnífico O Homem Invisível (The Invisible Man), obra 1933 também dirigida por James Whale. Mas é em 1935 que é produzido o filme considerado o melhor da produtora, A Noiva de Frankenstein (Bride of Frankenstein), que contava novamente com Whale na direção e Karloff como o monstro e, para encarnar a noiva, a magnífica Elza Lanchester.
Enquanto isso, na Inglaterra, surgia uma outra figura que, seguindo a mesma fórmula de escola teatral de Lugosi, porém muito mais sádico e cínico, tornaria-se uma lenda que inspiraria toda uma geração. Tod Slaughter é seu nome. Tão importante quanto e merecedor do mesmo respeito dos da Universal, Slaughter estrelou -além de muitos outros- filmes como Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco de Londres (Sweenwy Todd, the Demon Barber of Fleet Street), de 1936 e Um Vulto na Janela (The Face at the Window), de 1939, ambos dirigidos por George King. E é aqui que nasce uma nova tendência então inédita nos EUA, o surgimento de uma violência verbo-visual conhecida como grand guignol, um horror mais sádico que mais tarde poderámos ver em nomes do quilate de Hershell Gordon Lewis, Roger Corman, José Mojica Marins e muitos outros e, atualmente, inspiraria o contemporâneo torture porn.
A nova década então nos presenteava com novas lendas. Mas alguém estava faltando. Alguém que diante da lua cheia uivaria seu nome para então cravar suas garras no mundo do horror: o Lobisomem. O primeiro -porém menos conhecido- da eterna história do homem-lobo é A Fera de Londres (The Werewolf of London), de 1935, estrelado por Henry Hull e dirigido por Stuart Walker. O quinteto de monstros mais famoso e clássico da história do cinema estava quase formado: Drácula, Frankenstein, a Múmia, o Lobisomem e... O quinto? Pense em uma lagoa escura e aguarde duas décadas.
15 obrigatórios
Drácula (Drácula - 1931) dir. Tod Browning
Frankenstein (Frankenstein - 1931) dir. James Whale
A Noiva de Frankenstein (Bride of Frankenstein - 1935) dir. James Whale
O Homem Invisível (The Invisible Man - 1933) dir. James Whale
A Fera de Londres (The Werewolf of London - 1935) dir. Stuart Walker
O Vampiro de Düsseldorf (M - 1931) dir. Fritz Lang
A Múmia (The Mummy - 1932) dir. Karl Freund
Monstros (Freaks - 1932) dir. Tod Browning
O Corcunda de Notre-Dame (The Hunchback of Notre-Dame - 1939) dir. William Dieterle
O Médico e o Monstro (Dr. Jeckill and Mr. Hyde - 1932) dir. Rouben Mamoulian
Zumbí Branco (White Zombie - 1932) dir. Victor Halperin
O Gato Preto (The Black Cat - 1934) dir. Edgar G. Ulmer
A Filha de Drácula (Dracula's Daughter - 1936) dir. Lambert Hillyer
Um Vulto na Janela (The Face at the Window - 1939) dir. George King
Sweenwy Todd, o Barbeiro Demoníaco de Londres (Sweeney Todd, the Demon Barber of Fleet Street - 1936) dir. George King

sábado, 20 de março de 2010

A Estrada de Tijolos Ensangüentados(1) - Um Breve Estudo do Horror e Suas Décadas


*1900 - 1929*
O Início de Tudo
É certo afirmar que o cinema de horror não iniciou-se originalmente na Alemanha, pois na primeira década do século XX, outros países flertaram com o gênero, como a França, Suécia e os EUA -até mesmo Thomas Edison produziu uma versão de Frankenstein em 1910. Mas são sim os chucrutes que merecem o mérito, pois foram eles que cimentaram o primeiro tijolo na estrada do horror. Em 1913 é produzido O Estudante de Praga (Der Student von Prag), de Stellan Rye, reconhecido como o primeiro registro alemão no gênero. Mas é apenas em 1919, em uma Alemanha amedrontada por um presente pós-guerra que nasce uma das mais incômodas obras do gênero, O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinett des Doktor Caligari), exemplo típico do expressionismo dirigido pelas mãos de Robert Wiene e estrelado pela magnífica dupla Werner Krauss e Conrad Veidt. O famoso cenário bizarro e repleto de sombras e imagens distorcidas ficou à cargo de nomes famosos do expressionismo, como Reinman, Röhrig e Warm.
A porta então estava aberta para que na década seguinte surgissem grandes nomes da história, que formariam, junto com Caligari, o berço do gênero. F.W. Murnal é um dos mais importantes. Responsável pelo magnífico Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Gravens), de 1922, filme que contava com a interpretação do brilhante Max Schreck, em uma personificação vampiresca jamais esquecida. Murnau também assina obras igualmente famosas da época, como A Última Gargalhada (Der Letzte Mann), de 1924 e Fausto (Faust), de 1926, baseado na obra de Goethe. Fritz Lang viria também para dirigir obras do quilate de Metropolis (Metropolis), de 1927 -este envolvendo mais a ficção- e na década seguinte, O Vampiro de Düsseldorf (M), de1931. Além de Wine, Lang e Murnau, outos nomes como Paul Wegener e Paul Leni também ajudaram a engrandecer o gênero. Já na Suécia, teríamos obras como A Carroça Fantasma (Körkalen), dirigido por Victor Sjorstrom em 1921 e A Feitiçaria Através dos Tempos (Haxan), de 1922, levada às telas por Benjamin Christensen.
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, nos EUA, nasciam MGM e Universal Pictures, dois grandes estúdios que cimentariam sua parte na estrada do horror, para que então surgisse uma das maiores lendas que o cinema já conheceu: Lon Chaney, o homem das mil faces. Primeiro ator a se especializar no gênero, Chaney protagonizou uma grande quantidade de fitas de horror nos anos 20 - ao longo de sua carreira foram 140-, como O Vampiro da Meia-Noite (London After Midnight - 1927), O Monstro do Circo (The Unknown - 1927), ambos da MGM, com direção de Tod Browning, e os mais famosos e antecessores O Corcunda de Notre-Dame (The Hunchback of Notre-Dame - 1923), de Wallace Worsley -produção genuína que contava com uma réplica da catedral francesa- e O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera - 1925), dirigido por Rupert Julian, os quais são levados às telas pela Universal. Além dos filmes que contém a presença de Chaney, é nesta década -antes dos já citados, é claro- que é produzido também um dos maiores marcos do horror americano, O Médico e o Monstro (Dr. Jekill and Ms. Hyde-1920), de John S. Robertson e estrelado por John Barrymore, o patriarca da família Barrymore. Nesta altura do campeonato, os EUA já mostravam sua grandiosidade que teriam no cinema de horror, para que então o estúdio da Universal Pictures criasse os tão famosos personagens que conhecemos hoje, os quais fariam parte do imaginário de qualquer um. E relmente, eles o fizeram.
15 Obrigatórios:
O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinet des Dr. Caligari - 1919) dir. Robert Wiene
O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera - 1925) dir. Rupert Julian
O Corcunda de Notre-Dame (The Hunchback of Notre-Dame - 1923) dir. Wallace Worsley
Waxworks (Das Wachfigurenkabinett - 1924) dir. Paul Leni
O Morcego (The Bat - 1926) dir. Roland West
O Médico e o Monstro (Dr. Jekill and Mr. Hyde) dir. John S. Robertson
O Estudante de Praga (Der Student von Prag) dir. Stellan Rye
Metropolis (Metropolis - 1927) dir. Fritz Lang
O Golem (Der Golem - 1920) dir. Paul Wegener
O Monstro do Circo (The Unknown - 1927) dir. Tod Browning
A Última Gargalhada (Der Letzte Mann - 1924) dir. F.W. Murnau
A Feitiçaria Através dos Tempos (Haxan - 1922) dir. Benjamin Christensein
Nosferatu (Nosferatu, ein Symphonie des Grauens - 1922) dir. F.W. Murnau
Fausto (Faust - 1926) dir F.W. Murnau
A Carroça Fantasma (Körkalen - 1921) dir. Victor Sjostrom

sexta-feira, 19 de março de 2010

SAUDAÇÕES!

Há muitas décadas que o horror vem mexendo com o imaginário do mundo por onde quer que ele passe. Afinal, o que seria da sétima arte sem este que seja talvez o gênero mais singular da história? Nem mais nem menos importante, mas sem dúvida o mais influente, dando margem à inúmeras variações artísticas inspiradas no fantástico. Ao longo de toda sua história, o horror nos presenteou com inúmeros mestres, divas, lendas e personagens que chegam a fazer parte do folclore popular -afinal, o que seria de uma sexta-feira 13 sem Jason Voohes ou uma praia sem Tubarão? Há também as famosas vertentes paralelas que até hoje recheiam as discussões em rodas de amantes do gênero, como o slasher, o gore, o trash, o splatter, o torture porn e muitas outras. O horror poderia ser comparado ao rock, pois assim como este, há muitas áreas distintas a serem discutidas. E é isso que faz dele algo tão belo, pois permite discussões que vão de obras-primas à bombas em potencial. Vale citar também que ele é vítima de uma marginalização e um preconceito absurdamente estúpido, talvez por uma certa tendência da sociedade em manter-se com os pés no chão e não permitir-se enxergar além, pois o horror transcende limites e nos faz ver tudo que o cotidiano não nos permite ver, transportando-nos a locais onde a realidade é relativa e o mundo é abstrato, para que assim possamos ser apresentados a zumbis canibais, cenobitas do inferno, gêmeas esquartejadas, chuviscos de televisão fantasmagóricos e todo o resto que transborda no desconhecido. E é com extrema dedicação que inauguro este blog homenageando o fantástico, o qual marcou minha infância e de meu irmão -meu maior companheiro de sétima arte- e nos acompanha até hoje. Aqui estarei postando textos sobre vários assuntos que rondam o gênero, além de contos e alguns poemas de horror -todos de minha autoria. Espero que esta amplitude cinematográfica continue por toda sua eternidade a nos presentear com seus mestres e obras, fazendo-nos espiar pela fechadura da porta que nos leva ao fantástico, onde louvamos o horror nosso de cada dia.


"O que é a vida?

É o princípio da morte.

O que é a morte?

É o fim da vida.

O que é a existência?

É a continuidade do sangue.

O que é o sangue?

É a razão da existência."


( Zé do Caixão em à Meia-Noite Levarei Sua Alma, de 1963 )